Quem como eu teve a alegria de assistir o show do grande Tom Zé no FITO (08/05/2010) ganhou de presente um espetáculo de pura criatividade.
Tom Zé, representante da melhor parte da Tropicália, é um gênio alquimista capaz de fundir o sertão do Irerê ao mundo, atravessar décadas de obscuridade sem perder o bom humor e manter a certeza de que a arte é construída com trabalho duro e paixão. Tom Zé, operário de um lirismo que se manteve sempre contemporâneo, sempre vanguarda, desprezando as fórmulas fáceis do sucesso pelas incertezas da experimentação. Música que soube misturar-se aos ruídos, macunaímico regente de uma orquestra feita com sucatas, onomatopéias, idéias-força de consciência e cidadania, um banquinho, um violão e uma banda de rock.
A platéia adolescente em delírio provavelmente nem sabe que ele já passou dos setenta, tal o vigor com que pula e agita no palco o corpo miúdo, mestiço, mágico. Tom Zé, seus múltiplos instrumentos e sua palavra, faca afiada de cangaceiro na mesmice sem graça da cultura de massas: criar é possível e preciso...
Fabricando Tom Zé (trailer)
Tom Zé: Jimi, Renda-se
Tom Zé: Menina amanhã de manhã
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