Em dezembro de 2010, Mohammed Bonazizi, 26 anos, tunisiano, ateou fogo ao corpo em ação desesperada contra as imponentes engrenagens que o condenavam ao desemprego e à pobreza.
Seu gesto, quase dez anos depois do 11 de setembro de 2001, desencadeou, primeiro na Tunísia e depois no mundo islâmico, uma onda de revoluções populares que tem derrubado ditadores e desmascarado regimes corruptos e autoritários.
Tunísia, Egito, Argélia, Marrocos, Bahrein, Yemen, Líbia viram epicentors de um terremoto político que sacode esses países com a sonoridade dos grandes acontecimentos históricos.
A Internet virou o novo espaço da política. A velha Ágora revela-se virtual e implacável, replicando comandos de união, mobilização solidariedade, resistência, indignação e funcionando com a eficiência da comunicação rápida e irresistível. Nunca tanta res publica...
Sim, nós podemos, gritaram os jovens que ouviram os comandos pela Internet, desligaram o PC e foram para as ruas, ocuparam as cidades, entupiram as artérias de aço do tráfego e desmancharam no ar tudo que parecia tão sólido!!!
Como o edifício de dez anos atrás sob o impacto dos aviões guiados por terroristas que imolaram seus frágeis e minúsculos corpos humanos, o gesto enlouquecido do jovem tunisiano em chamas incendiou regimes e derrubou ditaduras ferozes, bagunçando a geopolítica, mostrando que todos os reis estão nús.
Via Internet, as redes sociais se cruzaram produzindo um espetáculo de força que causou o efeito dominó no mundo árabe. A lição ecoa : internautas do mundo inteiro, uni-vos!!!
O mundo é dos humanos, não do capital
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