(Pollock)
" Pero Vaz na sua camara recostado com o cotovelo no coxim e o rosto na palma da mão, ideava o escrever uma carta a seu rei.Tudo estava em socêgo – só se ouvia o sussurrar da água chapinhando nos costados da capitania – o ranger dos apparelhos nos moitões e quadernaes em virtude do balouçar da nau – o bocejar das vigias nos chapiteus de ré e d’avante que se conservavam sobre rolda – e os passos cadenciados do official de quarto que, andando pela tolda, e pensando na futura sorte daquella navegação, admirava o estrelado firmamento do Novo-mundo, que reflectindo-se no mar deixava a frota entre dois mantos azues recamados de perolas e bordados de lantejoulas. E a briza suave refrescava o ar afogueado pelo ardor do sol durante o dia, e trazia bafagens terrais prenhes de balsâmicos perfumes."
( Chronica do descubrimento do Brazil - (Francisco Adolfo de Varnhagen - 1840) Arquivo Nacional Torre do Tombo em Portugal:http://antt.dgarq.gov.pt/
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